Um dado divulgado recentemente pelo Cadastro Nacional de
Adoção – CNA mostra que o cenário de preconceito pode estar mudando. A
exigência feita por pais interessados em adotar somente crianças brancas caiu
de 70%, em 2008, para 38%, em 2012. A cor da criança é indiferente para 29,6%
dos pais, enquanto 1,93% aceitam apenas crianças negras. Segundo o IBGE, 51,3%
da população brasileira declara-se preta ou parda.
Criado em 2008, o cadastro tem, ao todo, 37 mil famílias
habilitadas e apenas cinco mil crianças e adolescentes disponíveis para adoção.
De acordo com o Conselho Nacional de Justiça, que coordena o cadastro, 65% das
crianças que esperam por uma família adotiva são negras, pardas, indígenas ou
asiáticas.
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o juiz Nicolau
Neto, responsável pelo CNA, observou que há uma maior conscientização quanto ao
instituto da adoção. “Se você vai adotar, está exercendo um ato sublime de amor.
Então, porque adotar só uma criança branca?”, questionou. Segundo o juiz, com
menos exigências, o tempo de espera por uma criança diminui.
Para Mirian Goldenberg, antropóloga da Universidade Federal
do Rio de Janeiro, a mudança num curto espaço de tempo é explicada pela
imitação, mesmo que inconsciente, do comportamento daqueles com maior prestígio
na sociedade. “Quem os famosos estão adotando? Crianças brancas ou negras?”,
indagou a especialista citando Angelina Jolie e Madonna.
A antropóloga também observou, como fatores que poderiam
explicar os dados, a maior discussão sobre o racismo na sociedade e a mudança
sobre como as pessoas interpretam o ato da adoção.
Tags: adocao, cadastro, criancas, dados adocao, nacional,
negras, pesquisa, preconceito
Retirado do site revista afro.com, http://www.revistaafro.com.br/mundo-afro/diminui-a-discriminacao-a-adocao-de-criancas-negras/em
07.05.2013 as 09:22hs.
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